Um modesto paradigma
Parei no passado.
Vejo-me de mão dada,
Correndo para acompanhar longas passadas.
Nessa altura nem imaginava meu fado,
Apenas me sentia amada,
Naquelas longas e exíguas caminhadas.
Tinha pouco mais de metro.
Meu pai?
O dobro e era um pouco retro.
“A mãe já vai!”,
Ouvia eu sempre que chamava,
Sempre que caia e me magoava.
Vivia numa casa modesta;
Quatro paredes que me criaram assim,
Onde eu corria, pulava e dormia a sesta.
Boas recordações que guardo
E que parecem não ter um fim.
Tempos em que nunca me senti um fardo.
Hoje sigo todo o paradigma,
Com apenas uma mera diferença:
Não existe qualquer enigma,
Apenas uma forte crença.
Hoje sou criança
E assim sempre o serei.
Se me faltar a esperança?
Sei onde a encontrarei.